O Batismo


Na atualidade continuamos a falar sobre uma das práticas mais antigas da igreja, que causa certa discussão sobre ser correto ou não o pedobatismo.

Nossa visão de maneira geral não condena sua prática e deixamos que os pais sintam-se  à vontade para para requerê-lo na infância ou mesmo quando jovem, porém mostramos que ao fazê-lo devem estar cientes do seu significado. 

No decorrer da prática ministerial, vemos que a figura pastoral do Diácono (do grego diakonos, que significa "atendente" ou "servente") também deve estar presente e ciente de como orientar as famílias, pois pode ser requerido a ele ou a um ministro devidamente preparado para que realize este Sacramento¹ de maneira válida². 

Ainda que todo cristão pode sim em casos de necessidade promover o batismo, todavia a questão principal é entender para que serve e o que de fato é.    

Vejamos a afirmação de Augustos Nicodemus:

A prática de batizar os filhos dos cristãos vem desde os primórdios do cristianismo. Pais da Igreja, como Irineu (século II), se referem ao batismo infantil. Orígenes (século IV) foi batizado quando criança. Hoje, milhares de cristãos evangélicos no mundo continuam a prática, embora alguns pais permitam que seus filhos sejam batizados apenas porque faz parte da tradição religiosa na qual nasceram. Para outros, o batismo é um ato pelo qual consagram seus filhos ao Senhor, com votos solenes de educá-los nos caminhos de Deus até a idade da razão.

A cristandade resinifica aquilo que havia no antigo testamento, dando a oportunidade de que suas aplicações fossem para todo o mundo, pois a Igreja cristã é a continuação da Igreja do Antigo Testamento. Muitos dos símbolos, iconografia e rituais mudaram ou foram atualizados para que a igreja pudesse ir além do único povo, servindo o mesmo povo. Vimos que o Sábado tomou-se no Domingo, a Páscoa, em Ceia, e a circuncisão em batismo “a circuncisão de Cristo” (Cl 2.11-11). 

Nós todos somos uma nova família em Cristo estando ligados pela tradição, uma vez que todos somos chamados de “filhos de Abraão” (Gl 3.7,29) e a Igreja de “o Israel de Deus” (Gl 6.16).

Compreendo também que alguns têm dificuldade com o batismo infantil por causa da prática da Igreja Católica e de algumas denominações evangélicas, que adotam a ideia da regeneração batismal, isto é, que, pelo batismo, a criança tenha seus pecados lavados e seja salva. Pessoalmente, não creio que seja este o ensino bíblico. O batismo infantil não salva a criança. Meus filhos terão de exercer fé pessoal em Cristo Jesus. Não serão salvos pela minha fé ou da minha esposa. Eles terão de se converter de seus pecados e crer no Senhor Jesus para que sejam salvos. O batismo foi apenas o ritual de iniciação pelo qual foram admitidos na comunhão, da Igreja visível. Simboliza a fé dos seus pais nas promessas de Deus quanto aos seus filhos (cf. Pv 22.6; At 2.38; At 16.31) e expressa os termos da aliança que nós e nossos filhos temos com o Senhor (Dt 6.6,7; Ef 6.4). Se, ao crescer, uma criança que foi batizada resolver desviar-se dos caminhos em que foi criada, é da sua inteira responsabilidade, assim como os que foram batizados em idade adulta e que se desviam depois- Afirma Nicodemus.  

Conforme John Piper - Além da ausência do batismo de crianças na Bíblia, eu também notei (como todo estudante Batista sabe) que a ordem que Pedro comandou foi “Arrependei-vos, e sede batizados” (Atos 2:38). Eu nunca vi nenhuma razão para inverter esta ordem.

Mas, gradualmente, comecei a ver que essas observações eram apenas sugestivas e não convincentes. O fato de batismos infantis não serem registrados não prova que não houve nenhum. E que Pedro disse: “Arrependei-vos, e sede batizados”, para um público adulto, não descarta a possibilidade de ele dizer algo diferente sobre crianças. Então, eu passei para o segundo estágio e decidi que “é melhor eu me afastar dos exemplos de batismo para o ensino sobre o batismo”. Talvez o sentido da narrativa de Lucas seria esclarecido pela exposição de Paulo e Pedro.

Não há então proibição de se praticar este batismo infantil e além de tudo temos ela como a nova circuncisão como já lemos anteriormente.

Cremos então no Pacto da Aliança da Nova Aliança (Jeremias 31:31-34). A Nova Aliança é um pacto feito primeiro com a nação de Israel e, no fim das contas, com toda a humanidade. Na Nova Aliança, Deus promete perdoar os pecados, e haverá um conhecimento universal do Senhor. Jesus Cristo veio para cumprir a Lei de Moisés (Mateus 5:17) e criar uma nova aliança entre Deus e Seu povo. Agora que estamos sob a Nova Aliança, tanto os judeus quanto os gentios podem ser livres da penalidade da Lei. Temos agora a oportunidade de receber a salvação como um dom gratuito (Efésios 2:8-9).

É importante então que os pais e possíveis padrinhos (na tradição reformada, pode não haver nenhum ou quantos os pais julguem querer). Saibam que este Sacramento não serve para tirar “mau-olhado”, fazer a criança dormir melhor ou ainda que este seja o único requisito da salvação, uma vez que temos a certeza que Deus é quem escolhe para a Salvação Eterna (Rm 8:29-31). 

O Batismo (Mt 3:13-1) é o sinal externo que nos dá a alegria de dizer que a criança entrou para a vida da igreja e agora passa a ser parte da comunidade cristão, membro da igreja visível que espera a chegada do Cristo Senhor.  

O Batismo pode ser realizado em qualquer lugar de dignidade, ou seja, é melhor que não o faça em templos de outras religiões ou bares e assim por diante, que utilize água, por ser ela um elemento universal da purificação ou limpeza. Não importa se é água doce ou do mar, corrente, por imersão, aspersão ou gotejamento.

Alguns relatos de homens na guerra, ao verem que a morte os cercava, recorreram a água de seus cantis, pedindo ao soldado cristão que ali estava o batizasse. Certamente este crente sabia da importância do batismo, mas por ficar “esperando a melhor hora” de descer  as águas foi surpreendido pela iminência da morte. 

Veja que o conflito das formas de pensar e a necessidade de um alívio para que seja contato na família cristã pode causar tristes marcas de dor, por isso pedimos que os pais tenham real intenção de dar aos seu filhos a oportunidade de iniciar a caminhada cristã por esta belíssima porta batismal.        

(1)Entendemos por Sacramento as ordenanças de Cristo (Batismo e Santa Ceia) sendo os demais, atos pastorais, conformados conforme a Sagrada Escritura. 

(2) A validade sacramental está ligada ao aspecto do sacramento e sua administração, ou seja, para que consideremos o batismo como válido, precisa ter três pilares que são: Reta Intenção, Elemento correto e Fórmula correta. lei o artigo sobre sacramentos (em breve). 



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