O DÍZIMO - O não dizimista deve ser proibido de congregar?
Este é um tema que dá pano pra manga! Bem, boa parte do que conhecemos como igreja depende deste valor financeiro que chamamos de "Dízimo". Daí muito do que se diz a respeito depende da leitura que a pessoa faz da própria bíblia.
Dito isto, podemos começar dizendo que havia o termo no antigo testamento e que ele foi posto para Israel para sustento de uma das tribos que ficavam de fato responsáveis pelas coisas do templo.
Embora desde o início a ideia de sacrifícios foi colocada no imaginário do povo hebreu, basta ver gênesis e logo temos a ideia de Caim e Abel: Um deu frutas como sacrifício outro um animal.
Claro que os sacrifícios eram diferentes e que o Dízimo era um dever das outras tribos.
Embora os Dízimos fossem por muito tempo alimentos para a tal tribo que ficava responsável pela espiritualidade do povo hebreu.
Um dos textos mais usados é o de Malaquias 3.10 que se diz que se deve trazer os dízimos a casa do tesouro para que haja mantimento na minha casa diz o Senhor.
O texto é claro: "...para que haja mantimento na minha casa...".
O texto sempre foi mal utilizado colocando-o com um ar de simbolismo-alegórico-demoníaco em sua sequência. Mas antes, o texto para aqueles Israelitas, foi posto como uma promessa caso cumprissem e levassem os dízimos a casa do tesouro para que houvesse mantimento.
Essa promessa ao povo de Israel foi vista e apropriada pela igreja que assumindo o lugar do "novo Israel de Deus" se enxergou no lugar de tal promessa.
Se por um lado o Dízimo trás a benção para aqueles que assim contribuiam e neste aspecto muitos deram o Dízimo não por consciência, mas por ganância, ainda que deixassem subentendido apenas um cumprimento do mandamento, na verdade o que os levava ao Dízimo era apenas a gananciosa-benção.
Por outro lado, havia por parte daqueles que ensinavam e tinham o desejo que todos viessem a contribuir com seus Dízimos, a sequência de Malaquias 3.11 que diz: "Repreenderei, por causa de vós o devorador...".
Se pensarmos que era alimento, o Dízimo entregue, e que o Senhor estava falando sobre o devorador, que destruia os frutos da terra, e a promessa era que nem as videiras no campo seriam estéreis, tudo isso parece muito diferente de nossos dias.
Mas fizeram do devorador uma espécie de demônio e de modo simbólico colocaram o medo da destruição. Daí, muitos não devolviam o Dízimo por consciência, nem por ganância, mas por medo!
O devorador não era um demônio, mas apenas um gafanhoto!
E quantos de nós nunca ouvimos falar sobre o migrador, o cortador, o devorador e o destruidor? Todos estes eram espiritualizados como se fossem demônios que iriam agir na vida dos não dizimistas.
Mas todos estes nomes eram apenas tipos de gafanhotos, contudo, não eram tipos diferentes de gafanhotos, e sim fases da vida de um gafanhoto:
1) O Gafanhoto Cortador era uma Lagarta.
2) O Gafanhoto Migrador era adulto. (Migratório)
3) O Gafanhoto Devorador era Locusta (Reprodução).
4) O Gafanhoto Destruidor era Pulgão (Filhotes).
Então aquela história que te contaram que tinha uma demônio com o nome de cortador, migrador, devorador e destruidor esqueça!
Eram apenas fases da vida de um gafanhoto!
Agora voltando a questão de como a igreja utiliza o Dízimo como um dia eu ouvi: "...O Dízimo foi algo que deu certo...".
No novo testamento a iniciativa é que se dê ofertas! E tais ofertas devam ser de fato dadas de coração!
Agora imaginem como para igreja seria se ela vivesse apenas de ofertas espontâneas?
Não concordo que não dizimistas não devam congregar!
Se pensarmos que os não dizimistas não devem congregar, então teremos que repensar o lugar dos visitantes em nossos cultos, teremos que repensar também o lugar daqueles novos convertidos, e ainda teremos que repensar o lugar do pobre, do cego e do nu.
O Dízimo não é algo imposto, obrigatório, um mandamento.
Mas o Dízimo ajuda, colabora, contribui!
Há aqueles que de fato pegam 10% e as vezes até mais e doa como alimento. Mas é preciso saber que o lugar de culto nem sempre é isento de aluguel.
Há igrejas que possuem zeladores, contadores, secretarias e o salário pastoral que vem dos dízimos e ofertas.
Então sim, parte do dízimo que você devolve ao Senhor não é apenas para pagar água, luz, telefone, mas para se comprar tudo que se tem dentro de uma igreja que vai de uma reforma ao templo a um copo d´água.
Todos os eventos que se tem em uma igreja seja para trazer um pregador isso custa, custa passagem de avião ou ônibus, custa hospedagem, custa inclusive oferta para o pregador.
Claro existe excessos... E isso de modo algum é bom, mas muitos já mercadejaram a palavra de Deus e Paulo o Apóstolo nos disse muito bem acerca dos falsos mestres e que o seu Deus era o seu ventre!
A estes que seguem a Mamom e a Deusa fortuna não compreenderam e nem discerniram bem o Evangelho.
Mas não podemos ser para sempre neófitos na fé, Paulo fazia tendas para seu sustento, buscava ajuda da igreja para suas viagens missionárias, porém, ele Paulo dizia que alguns deveriam receber com dobrados honorários, principalmente os que se dedicam ao ministério da pregação e do ensino.
Imagine a igreja sem o dízimo... Sem templo, Sem prédio, Sem aluguel, Sem banda, Sem instrumentos, Sem cadeiras, Sem zelador, Sem contador, Sem o salário do pastor...etc.
Jesus tinha um tesoureiro... Jesus e seus discipulos trabalharam sim com o dinheiro. Mas claro Jesus sempre foi contra os excessos!
E o dinheiro sempre foi um meio e não um fim.
Rev. Alexandre Dias
Igreja Anglicana Continuante - IAC.
Bacharel em Teologia pelo Seminário Teológico Antíoquia Internacional chancelado pelo Conselho Nacional dos Teólogos do Brasil e pelo Genesis Theological Seminary - USA.
Bacharel em Psicologia pela Universidade Católica de Brasília - UCB.
Psicanalista Clínico pelo Instituto Max Orsano - IMO.
Criador do Tetélestai - Quem é Jesus?
Colaborador do Ministério Amplitude - SP.
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