Doutrinas e Fundamentos essenciais do Anglicanismo Continuante
O MinistérioAmplitude, enquanto igreja, se baseia nas Doutrinas e Fundamentos do anglicanismo clássico, rejeitando veementemente o liberalismo teológico, práticas estranhas ao evangelho e heresias modernas ou antigas.
Na tradição encontramos tão somente um apontamento de ETHOS e não uma limitação.
Não estamos criando uma nova igreja e sim continuando de maneira atualizada o anglicanismo histórico reformado.
I- DAS SAGRADAS ESCRITURAS As Sagradas Escrituras do Antigo e do Novo Testamentos são a Palavra de Deus e a regra de Fé e prática, que contém todas as coisas necessárias para a salvação.
II- DA TRADIÇÃO APOSTÓLICA E PATRÍSTICA Defendemos os Credos Históricos comumente chamados de Credo Apostólico e o Credo NicenoConstantinopolitano, que foram escritos no tempo da Igreja apostólica e consolidados nos dois primeiros Concílios Ecumênicos, e segundo a Tradição patrística do primeiro milênio cristão constituem a confissão normativa da Fé católica válida na atualidade, que são a síntese da fé cristã, não contradizendo as Sagradas Escrituras. Também é aceito o Credo Atanasiano. Como doutrinas gerais para a Igreja de Cristo, a Confissão Continuante aceita e recepciona o que foi definido pelos Sete Concílios Ecumênicos e os escritos dos Santos Pais na Igreja do primeiro milênio cristão, naquilo em que são concordes e no que não afrontem implícita ou explicitamente os textos das Sagradas Escrituras e os cânones dos Concílios Ecumênicos citados.
III- DA IDENTIDADE E TEOLOGIA ANGLICANAS A identidade do Movimento Anglicano Confissão Continuante está associada ao seu culto (lex credendi lex orandi). Quanto à sua teologia, observa três pilares fundamentais: 1) as Escrituras; 2) a Tradição; e 3) a Razão.
IV- DO QUADRILÁTERO DE CHICAGOLAMBETH, DE 1888 O quadrilátero de Chicago-Lambeth, de 1888, define quatro princípios básicos que permeiam o Anglicanismo: 1) As Escrituras Sagradas do Velho e Novo Testamentos, “contendo tudo o que é necessário para a salvação”, como a regra e padrão de fé. 2) O Credo dos Apóstolos, como símbolo batismal; e o Credo Niceno-Constantinopolitano, como a declaração suficiente da fé cristã. 3) Os dois Sacramentos ordenados por Cristo: o Santo Batismo e a Santa Ceia do Senhor, ou Santa Eucaristia, ou ainda, Santa Comunhão – ministrados com o uso infalível das palavras de Cristo, e com os elementos ordenados por Ele. 4) O Episcopado Histórico, adaptado localmente nos métodos de administração às necessidades variadas das nações e povos chamados por Deus para unidade de Sua Igreja.
(Ritos pastorais ou sacramentos menores) Há outros ritos sacramentais, denominados de Sacramentos da Igreja, não ordenados diretamente por Jesus, mas reconhecidos pelos Apóstolos como tendo caráter sacramental. São eles: a Confirmação, a Confissão ou Penitência, as Ordens Ministeriais, a Unção dos Enfermos e o Santo Matrimônio
V- DA AFIRMAÇÃO DE SAINT LOUIS, DE 1977 Emitida pela Sociedade dos Clérigos Zelosos – 17 de setembro de 1977. The Rt Rev. Arthur Albert Chambers Bispo Emérito da Comunhão Anglicana e antigo VII Bispo da Diocese Anglicana de Springfield (USA), da Episcopal Church of United States of America (ECUSA). Moderador do Congresso do Movimento Anglicano Continuante, ocorrido na cidade de Saint Louis, Estado do Missouri, nos Estados Unidos da América, em 1977. The Most Rev. Francisco de Jesus Pagtakhan Bispo Primus da Igreja Católica Independente Filipina, serviu como Bispo Consagrante Assistente nas sagrações episcopais do Movimento Anglicano Continuante, ocorridas em 28 de janeiro de 1978, Denver, Estado do Colorado, USA. As primeira e as demais quatro sagrações foram presididas pelo Bispo Arthur Albert Chamber, assistido pelo Bispo Francisco de Jesus Pagtakhan, e, na primeira, pelo Bispo Mark Pae, de Taejon, República da Coréia do Sul, através de carta “in absentia”, bem como pelo Bispo Charles Bounton, dos Estados Unidos da América, também através de declaração “in absentia”. Este último, após se recuperar da enfermidade que o impediu de estar nas primeiras ordenações e sagrações episcopais do Movimento Anglicano Continuante em Denver (1978), pediu posteriormente o ingresso na Província Original do citado movimento.
- CONTINUAÇÃO DO ANGLICANISMO. Nós afirmamos que a Igreja de nossos pais, sustentada pela Trindade Santa, ainda vive, e que nós, temos sido movidos pelo Santo Espírito a caminhar unicamente neste caminho, estamos determinados a continuar na Fé Católica, na Ordem Apostólica, na Adoração Ortodoxa e no Testemunho Evangélico da tradicional Igreja Anglicana, fazendo todas as coisas necessárias para a 14 continuação da mesma. Nós estamos decididos e esforçando-nos nesta decisão pelo conhecimento de que muitas províncias e dioceses da Comunhão Anglicana têm continuado leiais na mesma Fé, Ordem, Adoração e Testemunho, e que elas continuam a conferir ordenação ao presbiterato e ao episcopado aos varões. Nós nos regozijamos por estes fatos e afirmamos nossa solidariedade a estas províncias e dioceses.
- DA DISSOLUÇÃO DA ESTRUTURA DA IGREJA ANGLICANA: Nós afirmamos que a Igreja Anglicana do Canadá e a Igreja Episcopal Protestante nos Estados Unidos da América, com sua tentativa ilegal de modificar a Fé, Ordem e Moralidade (especialmente em seu Sínodo Geral de 1975 e Convenção Geral de 1976) têm se afastado da Igreja de Cristo Una, Santa, Católica e Apostólica.
- DA NECESSIDADE DE CONTINUAR A ORDEM NA IGREJA: Nós afirmamos que todos os governos eclesiásticos anteriores, tendo sido fundamentalmente enfraquecidos pelos atos cismáticos dos Concílios ilegais, são inteiramente sem efeito sobre nós, e que nós devemos agora reordenar a disciplina ortodoxa assim como nos esforçaremos na continuação de nossa vida e comum e testemunho.
- DA INVALIDEZ DA AUTORIDADE CISMÁTICA: Nós afirmamos que a alegação de qualquer uma destas pessoas ou corpos cismáticos de agirem contra qualquer membro da Igreja, clérigo ou leigo, pelo seu testemunho à Fé integral não tem autoridade na verdadeira Igreja de Cristo, e que qualquer proibição, deposição ou disciplina será sem efeito e é absolutamente nula e ilegal.
- DA NECESSIDADE DE PRINCÍPIOS E DE UMA CONSTITUIÇÃO: Nós afirmamos que princípios fundamentais (doutrinário, moral e constitucional) são necessários neste momento, e que a Constituição (reparando os defeitos e abusos de nossos governantes anteriores) deverão ser adotados, através dos quais a Igreja possa ser convenientemente continuada.
- DA CONTINUIDADE DA COMUNHÃO COM CANTERBURY: Nós afirmamos que persistimos na relação de comunhão com a Sé de Canterbury e com todas as porções fiéis da Comunhão Anglicana Mundial. POR CONSEGUINTE, com a firme confiança na Divina Providência, e diante de Deus Onipotente e de toda a hoste celestial, nós afirmamos, comprometemo-nos e declaramos que nós, legais e leais membros das Igrejas Episcopais, hoje e no futuro continuaremos e seremos a Igreja Anglicana unificada e continuante na América do Norte, segundo a verdadeira e válida Sucessão Apostólica.
VI- DAS QUESTÕES ADIÁFORAS Significado de adiáfora: Historicamente, as questões adiáforas (do grego: indiferentes) foram associadas às questões secundárias ou periféricas. Todas aquelas questões que não diziam respeito à essência da fé cristã. A essência de algo é aquilo sem o qual a coisa deixa de ser o que é. Tudo o mais é acessório, secundário, indiferente ou adiáfora. No Anglicanismo as teses adiaforitas foram recepcionadas pela obra do ilustre teólogo Richard Hooker (1554-1600), que em sua obra Laws of eclesiastical polity, desenhou o Anglicanismo conforme se conhece atualmente, ou seja, uma igreja de via média. Desta forma o Anglicanismo se define como sendo Católico sem ser romano e Reformado sem ser cismático. O trabalho de Hooker foi uma resposta à tentativa dos Puritanos em retirar da igreja tudo o que fazia lembrar Roma. Enquanto os Puritanos diziam que “só se deve aceitar o que é ensinado pelas Escrituras”, Hooker, por sua vez, entendia que “não se pode aceitar o que a Escritura proíbe”. As demais questões são indiferentes, ou sejam, adiáforas e dependem da liberdade e da consciência de cada pessoa. Esta postura foi recepcionada pelo Anglicanismo. A frase que resume o tema adiaforita, falsamente atribuída a Santo Agostinho de Hipona, mas de autoria de Rupert Meldenius e, mais tarde, citado por Richard Baxter diz: “Em coisas essenciais, unidade; nas não-essenciais, liberdade; em todas as coisas, caridade”. Fonte: AQUINO, J. “Anglicanismo”. Disponível em: https://revjorgeaquino.wordpress.com/anglicanismo/ Acesso em 08/01/2020 [adaptado].
VII- DOS 39 ARTIGOS DE RELIGIÃO, DE 15621 Para que sejamos de fato anglicanos, devemos conhecer os 39 Artigos de Religião, um marco histórico e doutrinal na Igreja da Inglaterra, espalhado pelo mundo por milhares de missionários por quase 500 anos, desde o séc. 16! É um documento importante, que induziu o retorno da Igreja ao catolicismo antigo! O interessante é que esta Confissão, que também é nossa, adequa-se perfeitamente à Via Média, isto é, aplicando o fundamental princípio da INCLUSIVIDADE, pode (e deve) ser interpretado de forma maleável segundo a vertente anglicana: católica, moderada ou ampla, e evangélica. Em nosso caso, interpretamos esse importante documento conforme Newman e o movimento tractariano (ou de Oxford), do final do século XIX (anos 1800). John Henry Newman, foi um presbítero da Igreja da Inglaterra convertido ao catolicismo romano, e nomeado cardeal pelo papa Leão XIII em 1879. Nascimento: 21 de fevereiro de 1801, Londres, Reino Unido. Falecimento: 11 de agosto de 1890, Edgbaston, Birmingham, Reino Unido. Sepultamento: Oratory House & Cardinal Newmans grave, Rednal, Reino Unido. Influenciado por: Agostinho de Hipona, Tomás de Aquino, Aristóteles e outros. Formação: Universidade Oxford, Trinity College. Eis o Texto dos 39 Artigos de Religião de 1562, confirmados em 1571 - Igreja da Inglaterra: 1 Confirmados em 1571. 19 39 ARTIGOS DA RELIGIÃO Em que concordaram, os Arcebispos e Bispos de Ambas as Províncias e Todo o Clero, no Concílio feito em Londres no ano de 1562, para evitar a diversidade de opiniões, e estabelecer o comum acordo no tocante à Verdadeira Religião. Os ditos artigos foram analisados em suas proposições, e estas proposições provaram estar de acordo com a Escrita Palavra de Deus, e a extensão de todas as demais confissões das Igrejas vizinhas, cristãs e reformadas.
RELAÇÃO DOS ARTIGOS DE RELIGIÃO (TRINTA E NOVE ARTIGOS):
I. DA FÉ NA SANTÍSSIMA TRINDADE
II. DO VERBO OU FILHO DE DEUS, QUE SE FEZ VERDADEIRO SER HUMANO
III. DA DESCIDA DE CRISTO AOS INFERNOS
IV. DA RESSURREIÇÃO DE CRISTO
V. DO ESPÍRITO SANTO
VI. DA SUFICIÊNCIA DAS ESCRITURAS SAGRADAS PARA A SALVAÇÃO; E DOS NOMES E NÚMERO DOS LIVROS CANÔNICOS
VII. DO ANTIGO TESTAMENTO
VIII. DOS CREDOS
IX. DO PECADO ORIGINAL
X. DO LIVRE-ARBÍTRIO
XI. DA JUSTIFICAÇÃO DO SER HUMANO
XII. DAS BOAS OBRAS
XIII. DAS OBRAS ANTES DA JUSTIFICAÇÃO
XIV. DAS OBRAS DE SUPERERROGAÇÃO
XV. DE CRISTO ÚNICO SEM PECADO
XVI. DO PECADO DEPOIS DO BATISMO
XVII. DA PREDESTINAÇÃO E ELEIÇÃO
XVIII. DA OBTENÇÃO DA SALVAÇÃO ETERNA UNICAMENTE PELO NOME DE CRISTO
XIX. DA IGREJA
XX. DA AUTORIDADE DA IGREJA
XXI. DA AUTORIDADE DOS CONCÍLIOS GERAIS
XXII. DO PURGATÓRIO
XXIII. DA MINISTRAÇÃO NA IGREJA
XXIV. DA LÍNGUA VERNÁCULA NO CULTO
XXV. DOS SACRAMENTOS
XXVI. DA INDIGNIDADE DOS MINISTROS, A QUAL NÃO IMPEDE O EFEITO DOS SACRAMENTOS
XXVII. DO BATISMO
XXVIII. DA CEIA DO SENHOR
XXIX. DOS ÍMPIOS, QUE NÃO COMEM O CORPO DE CRISTO NA CEIA DO SENHOR
XXX. DE AMBAS AS ESPÉCIES
XXXI. DA ÚNICA OBLAÇÃO DE CRISTO CONSUMADA NA CRUZ
XXXII. DO CASAMENTO DE SACERDOTES
XXXIII. COMO DEVEMOS EVITAR AS PESSOAS EXCOMUNGADAS
XXXIV. DAS TRADIÇÕES DA IGREJA
XXXV. DAS HOMILIAS E DOS NOMES DAS HOMILIAS
XXXVI. DA SAGRAÇÃO DE BISPOS E MINISTROS
XXXVII. DO PODER DOS MAGISTRADOS CIVIS
XXXVIII. DE QUE NÃO SÃO COMUNS OS BENS ENTRE OS CRISTÃOS
XXXIX. DO JURAMENTO DE UM CRISTÃO
I. DA FÉ NA SANTÍSSIMA TRINDADE HÁ um único Deus vivo e verdadeiro, eterno, sem corpo, nem partes, nem paixões; de infinito poder, sabedoria e bondade; Criador e Conservador de todas as coisas visíveis e invisíveis. E na unidade desta natureza divina há três Pessoas da mesma substância, poder e eternidade, o Pai, o Filho e o Espírito Santo.
II. DO VERBO OU FILHO DE DEUS, QUE SE FEZ VERDADEIRO SER HUMANO O Filho, que é o Verbo do Pai, gerado da eternidade do Pai, verdadeiro e sempiterno Deus, e consubstancial com o Pai, tomou a natureza humana no ventre da abençoada Virgem e da sua substância; de sorte que as duas inteiras e perfeitas Naturezas, isto é, Divina e Humana, se uniram em uma Pessoa, para nunca mais se separarem, das quais resultou Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro Ser Humano; que verdadeiramente padeceu, foi crucificado, morto e sepultado, para reconciliar seu Pai conosco, e ser vítima, não só pela culpa original, mas também pelos atuais pecados dos seres humanos.
III. DA DESCIDA DE CRISTO AOS INFERNOS Assim como Cristo morreu por nós, e foi sepultado; assim também deve ser crido que desceu aos Infernos.
IV. DA RESSURREIÇÃO DE CRISTO Cristo verdadeiramente ressurgiu dos mortos e tomou de novo o seu corpo, com carne, ossos e todas as coisas pertencentes à perfeição da natureza humana; com o que subiu ao Céu, e onde está assentado, até que venha julgar todos os seres humanos no dia de juízo.
V. DO ESPÍRITO SANTO O Espírito Santo, procedente do Pai [e do Filho], é da mesma substância, majestade e glória com o Pai e o Filho, verdadeiro e eterno Deus.
VI. DA SUFICIÊNCIA DAS ESCRITURAS SAGRADAS PARA A SALVAÇÃO A Escritura Sagrada contém todas as coisas necessárias para a salvação; de modo que tudo o que nela não se lê, nem por ela se pode provar, não deve ser exigido de pessoa alguma seja crido como artigo de Fé ou julgado como requerido ou necessário para a salvação. Pelo nome de Escritura Sagrada entendemos os Livros canônicos do Velho e Novo Testamentos, de cuja autoridade jamais houve qualquer 21 dúvida na Igreja. Dos nomes e números dos livros canônicos: Velho testamento: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio, Josué, Juízes, Rute, 1Samuel, 2Samuel, 1Reis, 2Reis, 1Crônicas, 2Crônicas, Esdras, Neemias (2Esdras), Este r, Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes, Cânticos, Isaías, Jeremias, Lamentações, Ezequiel, Daniel, Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miquéias ,Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias. Novo Testamento: Mateus, Marcos, Lucas, João, Atos, Roma nos, 1Coríntios, 2Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, 1Tessalonicenses, 2Tessalonicense s, 1Timóteo, 2Timóteo, Tito, Filemom, Hebreus, Tiago, 1Pedro, 2Pedro, 1João, 2João, 3João, Judas e Apocalipse. E os outros Livros (como diz Jerônimo) a Igreja os lê para exemplo de vida e instrução de costumes; mas não os aplica para estabelecer doutrina a lguma; tais são os seguintes: 3Esdras, 4Esdras, Oração de Manassés [texto grego incorporado no Livro de 2Reis – cap. 21,1-18, e no Livro de 2Crônicas – cap. 33,1-20], Tobias, 1Macabeus, 2Macabeus, Judite, o restante do livro de Ester [textos gregos incorporados aos originais hebraicos: o Prólogo contendo o sonho de Mordecai; o conteúdo do decreto contra os judeus; as orações pela intervenção divina por Mordecai e por Ester; expansão da cena na qual Ester se apresenta diante do Rei, com uma menção da intervenção divina; a cópia do decreto favorecendo os judeus; passagem na qual Mordecai interpreta seu sonho (contido no Prólogo) em acordo com os eventos que se seguem; o texto final “No quarto ano do reinado de Ptolomeu e Cleópatra, Dositeu, que afirmou ser um sacerdote e um levita, e seu filho, Ptolomeu, trouxeram a presente carta de Purim afirmando que era genuína e que Lisímaco, filho de Ptolomeu, da comunidade de Jerusalém a havia traduzido”], Sabedoria, Sirac [Eclesiástico], Baruch, De Bel e o Dragão [texto grego incorporado no Livro de Daniel - cap. 14], O Cântico dos Três Mancebos [texto grego incorporado no Livro de Daniel – após cap. 3,23] e A história de Suzana [texto grego incorporado no Livro de Daniel – cap. 13].
VII. DO ANTIGO TESTAMENTO O Antigo Testamento não é contrário ao Novo; porquanto em ambos, tanto no Antigo como no Novo, se oferece a vida eterna ao gênero humano, por intervenção de Cristo, que é o único Mediador entre Deus e o ser humano, sendo Ele mesmo Deus e Ser Humano. Portanto, não devem ser ouvidos os que pretendem que os antigos Pais só esperaram promessas transitórias. Ainda que a Lei de Deus, dada por meio de Moisés, no que respeita a Cerimônias e Ritos, não obrigue os cristãos, nem devam ser recebidos necessariamente os seus preceitos civis em nenhuma comunidade; todavia, não há cristão algum que esteja isento da obediência aos preceitos que se chamam Morais.
VIII. DOS CREDOS Os três credos, a saber: O Credo de Nicéia, credo de Santo Atanásio e o que normalmente se chama Credo dos Apóstolos devem ser inteiramente recebidos e cridos; porque se podem provar com autoridades inegáveis das Escrituras Sagradas.
IX. DO PECADO ORIGINAL O Pecado Original não consiste na imitação de Adão (como em vão propagam os pelagianos); é, porém, a falta e corrupção da Natureza de todo ser humano, gerado naturalmente da semente de Adão; pelas quais o ser humano dista muitíssimo da retidão original e é de sua própria natureza inclinado ao mal, de sorte que a carne sempre cobiça contra o Espírito; e, por isso, toda a pessoa que nasce neste mundo merece a ira e a condenação de Deus. E esta contaminação da natureza ainda permanece também nos regenerados, pela qual o apetite carnal, chamado em grego phronema sarkos (que uns interpretam sabedoria e outros, sensualidade, outros, afeição, e outros, desejo carnal), não é sujeito à Lei de Deus. E apesar de que não há condenação para os que creem e são batizado s, contudo o Apóstolo confessa que a concupiscência e luxúria têm de si mesmas a natureza do pecado.
X. DO LIVRE-ARBÍTRIO A condição do ser humano depois da queda de Adão é tal que ele não pode converter-se e preparar-se a si mesmo, por sua própria força natural e boas obras, para a fé e invocação a Deus. Portanto, não temos o poder de fazer boas obras agradáveis e aceitáveis a Deus, sem que a graça Divina provida à nos por Cristo nos preceda, para que tenhamos boa vontade, e coopere conosco enquanto temos essa boa vontade.
XI. DA JUSTIFICAÇÃO DO SER HUMANO Somos reputados justos perante Deus, somente pelo mérito d e nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo pela Fé, e não por nossos próprios merecimentos e obras. Portanto, é doutrina mui saudável e cheia de consolação que somos justificados somente pela Fé, como se expõe mais amplamente na Homilia da Justificação.
XII. DAS BOAS OBRAS Ainda que as Boas Obras, que são os frutos da Fé, e seguem a Justificação, não podem expiar os nossos pecados, nem suportar a severidade do juízo Divino, são, todavia, agradáveis e aceitáveis a Deus em Cristo e brotam necessariamente de uma verdadeira e viva Fé; tanto que por elas se pode conhecer tão evidentemente uma Fé viva como uma árvore se julga pelo fruto.
XIII. DAS OBRAS ANTES DA JUSTIFICAÇÃO As obras feitas antes da graça de Cristo e da Inspiração do seu Espírito, não são agradáveis a Deus, porque não procedem da Fé em Jesus Cristo; nem fazem seres humanos dignos de receber a graça, nem (como dizem os autores escolásticos) merecem a graça de congruidade; muito pelo contrário, visto que elas não são feitas como Deus quis e ordenou que fossem feitas, não duvidamos terem elas a natureza do pecado.
XIV. DAS OBRAS DE SUPER-ROGAÇÃO As obras voluntárias, que excedem os Mandamento s de Deus, e que se chamam Obras de Super-rogação, não se podem ensinar sem arrogância e impiedade; porque por elas declaram os seres humanos que não se rendem a Deus tudo a que são obrigados, mas também a favor dele fazem mais do que como rigoroso dever lhes é exigido; ainda que Cristo claramente tenha dito: Quando fizerdes tudo o que vos está ordenado dizei: Somos servos inúteis.
XV. DE CRISTO ÚNICO SEM PECADO Cristo, na verdade de nossa natureza, foi feito semelhante a nós em todas as coisas, exceto no pecado, do qual foi totalmente isento, tanto na sua carne como no seu Espírito. Ele veio para ser o Cordeiro imaculado, que, pelo sacrifício de si mesmo uma vez oferecido, tirou os pecados do mundo; e ,como diz S. João, não houve pecado em Cristo. Porém nós, os demais seres humanos, posto que batizados, e nascidos de novo em Cristo, ainda pecamos em muitas coisas; e se dissermos que não temos pecado, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós.
XVI. DO PECADO DEPOIS DO BATISMO Nem todo pecado mortal voluntariamente cometido depois do Batismo é pecado contra o Espírito Santo, e irremissível. Pelo que não se deve negar a graça do arrependimento aos que tiverem caído em pecado depois do Batismo. Depois de termos recebido o Espírito Santo, podemos apartar-nos da graça concedida, e cair em pecado, e pela graça de Deus levantar-nos de novo, e corrigir nossa vida. Devem, portanto, ser condenados os que dizem que já não podem pecar mais, enquanto aqui vivem, ou os que negam a oportunidade de perdão às pessoas verdadeiramente arrependidas.
XVII. DA PREDESTINAÇÃO E ELEIÇÃO A predestinação para a Vida é o eterno propósito de Deus, pelo qual (antes de lançados os fundamentos do mundo) tem constantemente decretado por seu conselho a nós oculto, livrar da maldição e condenação os que elegeu em Cristo dentre todos os seres humanos, e conduzi-los por Cristo à salvação eterna, como vasos feitos para honra. Por isso os que se acham dotados de um tão excelente benefício de Deus são chamados segundo o propósito de Deus, por seu Espírito, operando no tempo devido; pela Graça obedecem à vocação, são justificados gratuitamente; são feitos Filhos de Deus por adoção; são criados conforme à imagem de seu Unigênito Filho Jesus Cristo; vivem religiosamente em boas obras, e enfim chegam, pela misericórdia de Deus, à felicidade eterna. Assim como a pia consideração da Predestinação, e da nossa Eleição em Cristo, é cheia de um doce, suave e inexplicável conforto para as pessoas devotas, e os que sentem em si mesmos a operação do Espírito de Cristo, mortificando as obras da carne, e seus membros terrenos, e elevando o seu pensamento às coisas alta s e celestiais, não só porque muito estabelece e confirma a sua fé na salvação eterna que hão de gozar por meio de Cristo, mas porque de modo veemente acende o seu amor para com Deus; assim para as pessoas curiosas e carnais, destituídas do Espírito de Cristo, o ter de contínuo diante dos seus olhos a sentença da Predestinação de Deus é um precipício muitíssimo perigoso, por onde o Diabo as arrasta ao desespero, ou a que vivam na indignidade dos seres mais impuros, de maneira não menos perigosa que o desespero. De mais, devemos receber as promessas de Deus do modo que nos são geralmente propostas nas Escrituras Santa e seguir em nossas obras a Vontade de Deus, que nos é expressamente declarada na Palavra de Deus.
XVIII. DA OBTENÇÃO DA SALVAÇÃO ETERNA UNICAMENTE PELO NOME DE CRISTO Devem ser também amaldiçoados todos os que se atrevem a dizer que todo o ser humano será salvo pela Lei ou pela seita que professa, contanto que seja cuidadoso em moldar sua vida segundo essa lei e o lume da Natureza. Porque as Sagradas Escrituras somente nos propõem o Nome de Jesus Cristo, como único meio pelo qual os seres humanos se hão de salvar.
XIX. DA IGREJA A Igreja visível de Cristo é uma congregação de fiéis, na qual é pregada a pura Palavra de Deus, e são devidamente ministrados os Sacramentos conforme a Instituição de Cristo em todas as coisas que necessariamente se exigem neles. Assim como a Igreja de Jerusalém, de Alexandria e de Antioquia, erraram; assim também a Igreja de Roma errou, não só quanto às suas práticas, ritos e cerimônias, mas também em matéria de Fé.
XX. DA AUTORIDADE DA IGREJA A Igreja tem poder de decretar Ritos ou Cerimônias, e autoridade nas controvérsias 24 da Fé; todavia não é lícito à Igreja ordenar coisa alguma contrária à Palavra de Deus escrita, nem expor um lugar das Escrituras de modo que repugne a outro. Portanto, mesmo que a Igreja seja testemunha e guarda das Escritura Sagradas, todavia, assim como não é lícito decretar coisa alguma contra elas, também não deve obrigar que seja acreditada coisa alguma que nelas não se encontra, como necessária para a salvação.
XXI. DA AUTORIDADE DOS CONCÍLIOS GERAIS Concílios Gerais não devem ser reunidos sem o mandamento e a vontade de Príncipes. E quando eles se reúnem (sendo uma assembléia de seres humanos, onde nem todos são governados pelo Espírito e pela Palavra de Deus) podem errar, e às vezes têm errado, mesmo nas coisas pertencentes a Deus. Portanto, o que por eles é ordenado como necessário à salvação não possui força nem autoridade, exceto se for provado que eles o extraíram das Sagradas Escrituras.
XXII. DO PURGATÓRIO A doutrina romana relativa ao Purgatório, Indulgências, Veneração e Adoração tanto de Imagens como de Relíquias, e também a Invocação dos Santos, é uma coisa fútil e inventada em vão, que n ão se fundamenta em testemunho algum das Escrituras, mas ao contrário repugna a Palavra de Deus.
XXIII. DA MINISTRAÇÃO NA IGREJA A ninguém é lícito tomar sobre si o cargo de pregar publicamente, ou administrar os Sacramentos na Congregação, antes que seja legalmente chamado, e enviado a executá-lo. E devemos julgar por legalmente chamados e enviados aqueles que tiverem sido escolhidos e chamados para essa obra pelos seres humanos revestidos publicamente de autoridade, dada a eles na Congregação, para chamar e enviar Ministros à vinha do Senhor.
XXIV. DA LÍNGUA VERNÁCULA NO CULTO Repugna evidentemente à Palavra de Deus e ao costume da Igreja Primitiva dizer Orações públicas na Igreja, ou administrar os Sacramentos em língua que o povo não entenda.
XXV. DOS SACRAMENTOS Os Sacramentos instituídos por Cristo não são unicamente designações ou indícios da profissão dos cristãos, mas antes testemunhos certos e firmes, e sinais eficazes da graça e da boa vontade de Deus para conosco, pelos quais ele opera invisivelmente em nós, e não só vivifica, mas também fortalece e confirma a nossa Fé nele. São dois os Sacramentos instituídos por Cristo nosso Senhor no Evangelho, isto é, o Batismo e a Ceia do Senhor. Os cinco vulgarmente chamados Sacramentos, isto é, Confirmação, Penitência, Ordens, Matrimônio, Extrema Unção, não devem ser contados como Sacramentos do Evangelho, tendo em parte emanado de uma viciosa imitação dos Apóstolos, e sendo em parte estados de vida aprovados nas Escrituras; não têm, contudo, a mesma natureza de Sacramentos peculiar ao Batismo e à Ceia do Senhor, porque não têm sinal algum visível ou cerimônia instituída por Deus. Os Sacramentos não foram instituídos por Cristo para servirem de espetáculo, ou para serem levados em procissão, mas sim para os utilizarmos da forma devida. É só nas pessoas que dignamente os recebem é que há um saudável efeito ou operação; mas os que indignamente os recebem adquirem para si mesmos a condenação, como diz São Paulo.
XXVI. DA INDIGNIDADE DOS MINISTROS, A QUAL NÃO IMPEDE O EFEITO DOS SACRAMENTOS Ainda que na Igreja visível os maus sempre estejam misturados com os bons, e às vezes os maus tenham a principal autoridade na Administração da Palavra e dos Sacramentos, todavia, como não o fazem em seu próprio nome mas no de Cr isto, e em comissão e por autoridade dele administram, podemos usar do seu Ministério, tanto em ouvir a Palavra de Deus, como em receber os Sacramentos. Nem o efeito da ordenança de Cristo é tirado pela sua iniquidade; nem a graça dos dons de Deus diminui para as Pessoas que com fé e devidamente recebem os Sacramentos que se lhes administram; os quais são eficazes por causa da instituição e promessa de Cristo apesar de serem administrados por seres humanos maus. Não obstante, à disciplina da Igreja pertence que se inquira acerca dos Ministros maus, e que sejam estes acusados por quem tenha conhecimento de seus crimes; e sendo, enfim, reconhecidos culpados, sejam depostos mediante justa sentença.
XXVII. DO BATISMO O Batismo não é um sinal de profissão, e marca de diferença, com que se distinguem os Cristãos dos que o não são, mas também um sinal de Regeneração ou Novo Nascimento, pelo qual, como por instrumento, os que recebem o Batismo devidamente são enxertados na Igreja; as promessas da remissão dos pecados, e da nossa adoção como Filhos de Deus pelo Espírito Santo, são visivelmente marcadas e seladas, a Fé é confirmada, e a Graça, aumentada por virtude da oração a Deus. O Batismo das Crianças deve conservar-se de qualquer modo na Igreja como sumamente conforme à instituição de Cristo.
XXVIII. DA CEIA DO SENHOR A Ceia do Senhor não só é um sinal do mútuo amor que os cristãos devem ter uns para com os outros; mas antes é um Sacramento da nossa Redenção pela morte de Cristo, de sorte que para os que devida e dignamente, e com fé o recebem, o Pão que partimos é uma participação do Corpo de Cristo; e de igual modo o Cálice da Bênção é uma participação do Sangue de Cristo. A Transubstanciação (ou mudança da substância do Pão e do Vinho) na Ceia do Senhor, não se pode provar pelas Escrituras Sagradas; mas antes repugna as palavras terminantes das Escrituras, subverte a natureza de Sacramento e tem dado ocasião a muitas superstições. O Corpo de Cristo é dado, tomado e comido na Ceia, somente de um modo celestial e espiritual. E o meio pelo qual Corpo de Cristo é recebido e comido na Ceia é a Fé. O Sacramento da Ceia do Senhor não foi pela ordenança de Cristo reservado, nem levado em procissão, nem elevado, nem adorado.
XXIX. DOS ÍMPIOS, QUE NÃO COMEM O CORPO DE CRISTO NA CEIA DO SENHOR Os ímpios, e os destituídos da fé viva, ainda que carnal e visivelmente comprimam com os dentes (como diz Santo Agostinho) o Sacramento do Corpo e Sangue de Cristo, nem por isso são de maneira alguma participantes de Cristo; mas antes, para sua condenação, comem e bebem o sinal ou Sacramento de uma coisa tão importante.
XXX. DE AMBAS AS ESPÉCIES O Cálice do Senhor não se deve negar aos Leigos, porque ambas as partes do Sacramento do Senhor por instituição à ordem de Cristo devem ser administradas a todos os cristãos igualmente.
XXXI. DA ÚNICA OBLAÇÃO DE CRISTO CONSUMADA NA CRUZ A oblação uma vez consumada é a perfeita redenção, propiciação e satisfação por todos os pecados, tanto originais como atuais, do mundo inteiro; e não há nenhuma outra satisfação pelos pecados, senão esta unicamente. Portanto os sacrifícios das Missas nos quais vulgarmente se dizia que o Sacerdote oferecia Cristo para a remissão de pena ou culpa, pelos vivos e mortos, são fábulas blasfemas e enganos perigosos.
XXXII. DO CASAMENTO DOS MINISTROS Os Bispos, Presbíteros e Diáconos não são obrigados, por preceito algum da lei de Deus, a votar-se ao estado celibatário, ou abster-se do Matrimônio; portanto é-lhes lícito, como aos demais cristãos, casar como entenderem, se julgarem que isso lhes é mais útil à piedade.
XXXIII. COMO DEVEMOS EVITAR AS PESSOAS EXCOMUNGADAS Aquele que por denúncia pública da Igreja for justamente separado da unidade da Igreja, e suspenso da Comunhão, deve ser tido por pagão e publicano por todos os fiéis, até que seja mediante penitência recebido na Igreja por um juiz que tenha autoridade para isso.
XXXIV. DAS TRADIÇÕES DA IGREJA Não é necessário que as Tradições e Cerimônias sejam em toda a parte as mesmas, ou totalmente semelhantes; porque em todos os tempos têm sido diversas, e podem ser alteradas segundo a diversidade dos países, tempos e costumes dos se res humanos, contanto que nada se estabeleça contrário à Palavra de Deus. Todo aquele que por seu particular juízo, com ânimo voluntário e deliberado, quebrar manifestamente as Tradições e Cerimônias da Igreja, que não são contrárias à Palavra de Deus, e se acham estabelecidas e aprovadas pela autoridade comum (para que outros temam fazer o mesmo), deve ser publicamente repreendido, como quem ofende a ordem comum da Igreja, fere a autoridade do Magistrado e vulnera as consciências dos irmãos débeis. Toda a igreja particular ou nacional tem autoridade para ordenar, mudar e abolir as Cerimônias ou Ritos da Igreja, instituídos unicamente pela autoridade humana, contanto que tudo se faça para a edificação.
XXXV. DAS HOMILIAS O Segundo Livro das Homilias, cujos títulos reunimos abaixo neste Artigo, contêm doutrina pia, saudável e necessária para estes tempos, como também o primeiro Livro das Homilias, publicado ao tempo de Eduardo VI, e portanto julgamos que devem ser lidas pelos Ministros, diligente e distintamente nas Igrejas, para que sejam entendidas pelo povo. DOS NOMES DAS HOMILIAS 1. Do Uso correto da Igreja. 2. Contra o Perigo da Idolatria. 3. Do reparo e Limpeza das Igrejas. 4. Das boas Obras: primeiramente do Jejum. 5. Contra a Glutonaria e Embriaguez. 6. Contra o Excesso de Vaidade no Vestuário. 7. Da Oração. 8. Do Lugar e Tempo da Oração. 27 9. De como Orações e Sacramentos se devem administrar em l íngua conhecida. 10. Da reverente Estima à Palavra de Deus. 11. Das Esmolas. 12. Da Natividade de Cristo. 13. Da Paixão de Cristo. 14. Da Ressurreição de Cristo. 15. Da digna recepção do Sacramento do Corpo e Sangue de Cristo. 16. Dos Dons do Espírito Santo. 17. Para os dias de Rogações. 18 Do Estado do Matrimônio. 19. Do Arrependimento. 20. Contra a Ociosidade. 21. Contra a Rebelião.
XXXVI. DA SAGRAÇÃO DE BISPOS E MINISTROS O Livro de Consagração de Arcebispos e Bispos, e Ordenação de Presbíteros e Diáconos, apresentado no tempo de Eduardo VI, e confirmado no mesmo tempo pela autoridade do Parlamento, contém todas as coisas necessárias para tal Consagração e Ordenação: nem possui coisa alguma que, por si só, é supersticiosa e ímpia. E, portanto, quem for consagrado e ordenado de acordo com os Ritos daquele Livro, desde o segundo ano do Soberano Rei Eduardo VI até este tempo, ou seja consagrado ou ordenado posteriormente, de acordo com os mesmos Ritos; decretamos que todos foram de forma justa, ordeira e legalmente consagrados e ordenados.
XXXVII. DO PODER DOS MAGISTRADOS CIVIS [A Majestade do Rei tem o poder supremo neste Reino da Inglaterra, e em seus outros Domínios, aos quais o principal governo de todas as propriedades deste Reino, sejam eles Eclesiásticos ou Civis, em todas as causas não são, nem devem estar sujeitos à qualquer Jurisdição estrangeira.] [Onde atribuímos à majestade do Rei e o seu governo, ao contrário do que pensam alguns difamadores e ofensores; nós não damos aos nossos Príncipes o Ministério da Palavra de Deus, nem dos Sacramentos, estas são limitações que foram estabelecidos nos decretos de Elizabeth I, nossa Rainha, que claramente testificam;] que a sua única prerrogativa, que sempre foi dada a todos os príncipes piedosos nas Sagradas Escrituras pelo próprio Deus; isto é, que eles devem governar todas as propriedades e graus comprometidos ao seu encargo por Deus, sejam eles eclesiásticos ou temporais, e restringir com a espada civil os rebeldes e malfeitores. O Bispo de Roma não possui nenhuma jurisdição neste [Reino da Inglaterra][País]. As Leis do [Reino][Estado] podem punir todos seres humanos cristãos com a morte, por ofensas hediondas e graves. É lícito aos seres humanos cristãos, a mando do magistrado, usar armas e servir nas guerras.
XXXVIII. DE QUE NÃO SÃO COMUNS OS BENS ENTRE OS CRISTÃOS As Riquezas e Bens dos cristãos não são comuns quanto ao direito, título e posse, como falsamente apregoam certos anabatistas. Todos, no entanto, das coisas que possuem, devem dar liberalmente esmola aos pobres, segundo o seu poder.
XXXIX. DO JURAMENTO DE UM CRISTÃO Assim como confessamos que o Juramento vão e temerário é proibido aos cristãos por nosso Senhor Jesus Cristo, e por Tiago, seu Apóstolo, assim também julgamos que a Religião Cristã de nenhum modo proíbe que uma pessoa jure quando o Magistrado o exige em causa de fé e caridade, contanto que isto se faça segundo a doutrina do Profeta, em justiça, juízo e verdade.
A CONFIRMAÇÃO DOS ARTIGOS Este Livro dos referidos Artigos foi aprovado e confirmado para ser recebido e executado em todo o Reino, pelo assenso e consentimento da nossa Soberana, a Senhora dona Elizabeth I, pela graça de Deus, Rainha do Reino da Inglaterra, França, e Irlanda, Defensora Fé, etc. Os quais Artigos foram deliberadamente lidos e de novo confirmados, e subscritos pela própria mão de todos os Arcebispos, e Bispos da Câmara Alta, e pelas assinaturas de todo o Clero da Câmara Baixa, na sua Convocação, no ano de nosso Senhor de 1571.
OS CÂNONES DA IGREJA DA INGLATERRA Canon A2 da Igreja da Inglaterra Os Trinta e Nove Artigos são agradáveis à Palavra de Deus e devem ser consentidos com uma boa consciência por todos os membros da Igreja da Inglaterra. Canon A5 da Igreja da Inglaterra A doutrina da Igreja da Inglaterra baseia-se nas Sagradas Escrituras e em tais ensinamentos dos antigos Pais e Concílios da Igreja, como são agradáveis às referidas Escrituras. Em particular, tal doutrina é ser encontrada nos Trinta e Nove Artigos de Religião, no Livro de Oração Comum e no Ordinal. “Os 39 Artigos da Igreja da Inglaterra contêm a verdadeira doutrina da Igreja da Inglaterra agradável à Palavra de Deus . Nenhum ser humano daqui por diante imprimirá, ou pregará, para desprezar os Artigos de qualquer forma, mas deverá submeter-se à eles no sentido pleno e claro dos mesmos: e não deve colocar o seu próprio sentido ou comentário ao significado dos Artigos, mas deve tomá-los no sentido literal e gramatical.” SUA MAJESTADE O REI CHARLES I
VIII- DO CATECISMO ANGLICANO
❖ O Catecismo pode ser considerado um breve resumo da Fé. Normalmente é apresentado através de perguntas (P) e respostas (R).
❖ O Catecismo também é denominado de “Instrução que cada Pessoa deve aprender, antes de ser apresentada a um Bispo, por ocasião da sua Confirmação”.
❖ É, normalmente, dividido por temas, que engloba todo o núcleo da Fé cristã.
BREVE RESUMO DA FÉ – O CATECISMO:
DA NATUREZA HUMANA
P: O que somos por natureza?
R: Somos parte da criação de Deus, feitos na imagem de Deus (Gen 1,26).
P: O que significa ser criado à imagem de Deus?
R: Significa que somos livres para fazer escolhas, ainda que, após a Queda do Ser Humano (Gn 3), estas escolhas estejam prejudicadas na sua liberdade plena ou amplitude. As escolhas estão relacionadas para amar, criar, raciocinar e o modo de viver em sociedade e com a Natureza.
P: Por que razão vivemos separados de Deus e em desarmonia com a criação (a sociedade e a Natureza)?
R: Desde o princípio, os Seres Humanos, por conta da Queda (Gn 3), têm abusado das suas escolhas, geralmente consideradas erradas (Gen 6,5).
P: Qual a razão de não usarmos a nossa liberdade como deveríamos?
R: Nos rebelamos contra Deus e nos colocamos num patamar como se fôssemos deuses (Dan 9,5-6).
P: Que auxilio há para nós?
R: O nosso auxílio está em Deus mesmo (Sl 121,2).
P: De que maneira Deus nos ajudou inicialmente?
R: No princípio, após a Queda (Gn 3), Deus nos auxiliou revelando-se a Si mesmo na História e a sua Vontade, através da Natureza, por meio de muitos Profetas (Sl 19,1; Hb 1,1) e Mestres e, especialmente, no Final dos Tempos, através do Verbo de Deus (Jo 1,1-2) feito Ser Humano (Jo 1,9).
DE DEUS, O PAI
P: O que aprendemos na revelação dada a Israel acerca de Deus como Criador?
R: Aprendemos que existe um só Deus, Pai Onipotente, criador dos Céus e da Terra, de todas as coisas visíveis e invisíveis (Gn 1,1; Col 1,15-17).
P: O que significa isto?
R: Significa que a Criação é boa diante dos olhos de Deus, sendo a obra de um só Deus, que cria, sustenta e dirige (Gen 1,31). 30
P: O que significa a relação do nosso lugar no Universo?
R: Significa que o mundo pertence ao seu Criador e que para nós foi dado para dominar em sintonia aos propósitos de Deus, isto é, chamados a sermos administradores para desfrutá-lo e conservá-lo (Gn 1,27-28; Sl 24,1).
P: O que isso significa com respeito à Vida humana?
R: Significa que todos os Seres Humanos merecem respeito e honra, pois todos são criados à imagem de Deus e todos podem responder ao Amor de Deus (Mt 5,44-45; Mt 25,40; Rm 12,9; Rm 13,7).
P: Como nos foi transmitida esta revelação?
R: Esta revelação nos foi transmitida através de uma comunidade criada por uma Aliança com Deus (Ex 19,3-9; Rm 3,1-2).
DA ANTIGA ALIANÇA
P: O que quer dizer Aliança com Deus?
R: A Aliança é uma relação iniciada por Deus, a qual um grupo de pessoas responde por fé.
P: O que é a Antiga Aliança?
R: A Antiga Aliança é aquela estabelecida por Deus com o povo hebreu (Ex 24,8).
P: O que foi prometido por Deus?
R: Deus lhes prometeu que seriam o seu Povo a fim de trazer a si mesmo todas as nações do mundo (Is 2,2-5).
P: Qual a resposta que Deus requereu do seu Povo escolhido?
R: Deus requereu que o Seu Povo escolhido fosse fiel, que amasse a Justiça, praticasse a Misericórdia e andasse humildemente com o seu Deus (Mq 6,8).
P: Onde encontramos a Antiga Aliança?
R: A Aliança com o povo hebreu é encontrada nos livros que chamamos de ANTIGO TESTAMENTO.
P: Onde, no ANTIGO TESTAMENTO, é mostrada a Vontade de Deus para nós com maior clareza?
R: A Vontade de Deus para nós é mostrada com a maior clareza nos Dez Mandamentos, outorgados através de Moisés.
DOS DEZ MANDAMENTOS
P: O que são os Dez Mandamentos?
R: Os Dez Mandamentos são as leis dadas a Moisés e, através deste, outorgadas ao Povo de Israel.
P: Quais são os Dez Mandamentos?
R: São aqueles descritos no Capítulo 5 (cinco) do Livro do Deuteronômio e também no Capítulo 20 (vinte) do Livro do Êxodo, versículos 1 a 172, que dizem:
2 BÍBLIA King James Atualizada (KJA). Livro do Êxodo. 1ª Ed. Atualizada. São Paulo: Sociedade Bíblia Ibero-americana & Abba Press no Brasil, 2012. 2560p.
Eu sou Yahweh, o SENHOR, teu Deus, que te fez sair da terra do Egito, da casa da escravidão!
I – Não terás outros deuses além de mim.
II – Não farás para ti nenhum ídolo, nenhuma imagem esculpida, nada que se assemelhe ao que existe lá em cima, nos céus, ou embaixo na terra, ou mesmo nas águas que estão debaixo da terra. Não te prostrarás diante desses deuses e não os servirás, porque Eu, o SENHOR teu Deus, sou um Deus zeloso, que puno a iniquidade dos pais sobre os filhos até a terceira e quarta geração dos que me odeiam, mas que também ajo com amor até a milésima geração para aqueles que me amam e guardam os meus mandamentos.
III – Não pronunciarás em vão o Nome de Yahweh, o SENHOR teu Deus, porque Yahweh não deixará impune qualquer pessoa que pronunciar em vão o seu Nome.
IV – Lembra do dia do shabat, sábado, consagrado a Yahweh, teu Deus. Não farás neste dia nenhum serviço, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem teu escravo, nem tua escrava, nem teu animal, nem o estrangeiro que estiver morando em tuas cidades. Porquanto em seis dias Eu, o SENHOR, fiz o céu, a terra, o mar e tudo o que há neles, mas no sétimo dia descansei. Foi por esse motivo que Eu, o SENHOR, abençoei o shabat, sábado, e o separei para ser um dia santo.
V – Honra teu pai e tua mãe, a fim de que venhas a ter vida longa na terra que Yahweh, o teu Deus, te dá.
VI – Não assassinarás.
VII – Não adulterarás.
VIII – Não furtarás.
IX – Não darás falso testemunho contra o teu próximo.
X – Não cobiçarás a casa do teu próximo. Não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem seu servos ou servas, nem seu boi ou jumento, nem coisa alguma que lhe pertença.
P: O que aprendemos destes Mandamentos?
R: Aprendemos duas coisas: o nosso dever para com Deus e o nosso dever para com o próximo.
P: Qual é o nosso dever para com Deus?
R: O nosso dever é ter Fé e confiar n’Ele.
I – Amar e obedecer a Deus e levar os outros a conhecê-Lo;
II – Jamais colocar alguma coisa no lugar de Deus;
III – Manifestar respeito a Deus por pensamentos, palavras e ações;
IV – Reservar tempo específico para a adoração, a oração e o estudo dos caminhos de Deus (Hb 11,6; Sl 9,10; Jr 17,7; Rm 1,16).
P: Qual é o nosso dever para com o próximo?
R: O nosso dever para com o próximo é amá-lo como a nós mesmos, fazendo aos outros o que gostaríamos que fizessem a nós.
I – Amar, honrar e obedecer aos nossos pais e à nossa família; honrar as autoridades e atendê-las nas suas exigências justas;
II – Manter respeito pela Vida que Deus nos deu; trabalhar e orar pela paz; não conservar no coração a maldade, o preconceito e o ódio; ser compassivo para com todas as criaturas de Deus;
III – Fazer uso dos desejos da carne segundo a intenção de Deus;
IV – Ser honesto e justo nos negócios; promover a Justiça, a liberdade e o que é necessário para a vida de todos, bem como usar os nossos talentos e bens conscientes de que vamos prestar contas a Deus;
V – Falar a verdade e não enganar os outros por nosso silêncio;
VI – Resistir à tentação da cobiça, da ganância e da inveja; nos regozijar com os dons e graças dos outros; cumprir o nosso dever por amor a Deus que nos chama à comunhão com Ele próprio (Mc 12,31; Lc 6,21).
P: Qual é o propósito dos Dez Mandamentos?
R: Os Dez Mandamentos foram dados para definir a nossa relação com Deus e com o nosso próximo (Ex 20,1-17).
P: Desde que não os obedecemos perfeitamente, possuem alguma utilidade?
R: Quando não os obedecemos perfeitamente, percebemos com mais clareza o nosso pecado e a necessidade da Redenção (Rm 3,19-20).
DO PECADO E DA REDENÇÃO
P: O que é pecado?
R: Pecado é a busca da nossa própria vontade no lugar da Vontade de Deus, para com os outros e para com toda a Criação (Gn 35).
P: De que maneira o pecado tem poder sobre nós?
R: O pecado tem poder sobre nós porque perdemos a nossa perfeita liberdade pela deformação havida na Queda (Gn 3) que maculou a nossa relação com Deus (Jo 8,34).
P: O que é Redenção?
R: A Redenção é o ato de Deus que nos liberta do poder do Mal, do pecado e da morte (Rm 3, 23-24).
P: De que forma Deus nos preparou para a Redenção?
R: Deus enviou os Profetas para nos chamar para voltarmos a Ele, nos mostrar a necessidade da Redenção e anunciar a vinda do Messias (Hb 1,1-2).
P: O que quer dizer o Messias?
R: Messias é aquele enviado por Deus para nos livrar do poder do pecado, a fim de vivermos pelo auxílio divino em harmonia com Deus, conosco mesmo, com o nosso próximo e com toda a Criação.
P: Quem cremos ser o Messias?
R: O Messias, ou Cristo, é Jesus de Nazaré, o Filho único de Deus.
DE DEUS, O FILHO
P: O que significa dizer que Jesus é o único Filho de Deus?
R: Significa que Jesus é a única imagem perfeita do Pai, que nos manifesta a natureza de Deus (Jo 1,18; Hb 1,3).
P: Qual é a natureza de Deus manifestada por Jesus?
R: Deus é Amor, é Vida, é Justiça.
P: O que significa dizer que Jesus foi concebido pelo poder do Espírito Santo e se encarnou da Virgem Maria?
R: Significa que pela intervenção divina, o Verbo divino recebeu a nossa natureza humana da Virgem Maria, sua mãe (Lc 1,30-35).
P: Por que o Verbo de Deus tomou a nossa natureza humana?
R: O Filho divino, o Verbo de Deus, tornou-se Ser Humano para que n’Ele os demais Seres Humanos fossem adotados como filhos de Deus, o Pai, e se tornassem herdeiros do Reino de Deus (Gl 4,4-7; Rm 8,15; Hb 2,14-18).
P: Qual é a importância relevante do sofrimento e da morte sofridos por Jesus?
R: Pela obediência d’Ele, até o sofrimento e à morte, Jesus fez a oferta ou oblação ou sacrifício que nós não podíamos fazer, em virtude de nossa liberdade fragilizada pela Queda (Gn 3); pois n’Ele, verdadeiro Ser Humano sem a mancha do pecado decorrente da sua Divindade, isto é, com liberdade plena e absoluta, somos libertados do poder do pecado e reconciliados com Deus, o Pai (Fl 2,7-11; 2Cor 5,19).
P: Qual o significado da ressurreição de Jesus?
R: Por sua ressurreição Jesus venceu a morte e nos abriu o caminho da Vida eterna (1Cor 15,20-28; 1Cor 15,54-56; Rm 6,5-11).
P: O que significa dizer que Jesus desceu ao Hades, ou aos infernos?
R: Significa que Ele foi corporalmente sepultado num sepulcro (Mc 15,46) e espiritualmente foi até aqueles que partiram desta vida terrena antes d’Ele e lhes ofereceu também os benefícios da Redenção (Ef 4,9-10; 1Pe 3,18-21).
P: O que significa dizer que Ele subiu ao céu e está sentado à direita do Pai?
R: Significa que Jesus levou a nossa natureza humana ao céu, onde Ele reina com o Pai e intercede por nós (Hb 7,25; At 7,55-56; Rm 8,34).
P: Como podemos ter parte, ou participar, na sua Vitória sobre o pecado, o sofrimento e a morte?
R: Temos parte na Vitória d’Ele quando somos batizados na Nova e Eterna Aliança e já neste mundo nos tornamos membros vivos de Cristo (Rm 6,4-14; 1Cor 12,13).
DA NOVA ALIANÇA
P: O que é a Nova Aliança?
R: A Nova Aliança é o novo vínculo com Deus dado por Jesus Cristo, o Redentor, aos Apóstolos e, mediante eles, a todos os demais que creem (Hb 9,11-12).
P: O que foi prometido pelo Messias, ou Cristo, na Nova Aliança?
R: Cristo prometeu levar-nos ao reino de Deus e proporcionar-nos a plenitude da Vida (Jo 10,9-10; Jo 10,27-28).
P: Que resposta Cristo requereu?
R: Cristo nos ordenou crer n’Ele e guardar os Seus mandamentos (Jo 6,40; Jo 15,10).
P: Quais são os mandamentos ensinados por Cristo?
R: Cristo nos ensinou o Sumário da Lei e nos deu o Novo Mandamento.
P: Qual é o Sumário da Lei?
R: O Sumário da Lei deixado por Jesus é este:
Amarás o SENHOR teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua vida e de todo o teu entendimento. Este é o primeiro e grande mandamento. E o segundo, semelhante a este é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo (Mt 22,37-40).
P: Qual é o Novo Mandamento?
R: O Novo Mandamento é que nos amemos uns aos outros como Ele, Cristo, nos amou (Jo 13,34).
P: Onde encontramos o que os cristãos creem acerca de Cristo?
R: O que os cristãos creem acerca de Cristo é encontrado nas Sagradas Escrituras e resumidos nas Profissões de Fé, também denominadas de Credos (Jo 5,39).
DAS PROFISSÕES DE FÉ, OU CREDOS
P: O que são as Profissões de Fé, ou Credos?
R: São as declarações daquilo que cremos basicamente sobre Deus.
P: Quantas Profissões de Fé, ou Credos, são usadas pela Igreja na sua Liturgia?
R: A Igreja usa duas Profissões de Fé, ou Credos: A Profissão de Fé Apostólica, ou dos Apóstolos, e a Profissão de Fé Nicena, ou mais exatamente Nicena-Constantinopolitana.
P: Qual é a Profissão de Fé dos Apóstolos?
R: É a Profissão de Fé mais antiga relacionada ao Santo Batismo.
P: Indique a Profissão de Fé Apostólica, ou dos Apóstolos.
R: A Profissão de Fé Apostólica é esta:
Creio em Deus Pai todo-poderoso,
Criador do céu e da terra;
E em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor;
o qual foi concebido por obra do Espírito Santo.
Nasceu da Virgem Maria;
padeceu sob o poder de Pôncio Pilatos;
foi crucificado, morto e sepultado;
desceu ao Hades;
ressuscitou ao terceiro dia;
subiu aos céus,
e está sentado à direita de Deus Pai Todo-poderoso;
de onde há de vir a julgar os vivos e os mortos.
Creio no Espírito Santo;
na santa Igreja católica;
na Comunhão dos Santos;
na remissão dos pecados;
na ressurreição do corpo;
e na vida eterna.
Amém.
P: Qual é a Profissão de Fé Nicena-Constantinopolitana?
R: É a Profissão de Fé da Igreja universal e é utilizada nas Santas Eucaristias mais solenes.
P: Indique a Profissão de Fé Nicena, ou Nicena-Constantinopolitana.
R: A Profissão de Fé Nicena-Constantinopolitana é esta:
Cremos em um só Deus, Pai todo-poderoso,
Criador do céu e da terra, de todas as coisas visíveis e invisíveis.
Cremos em um só Senhor, Jesus Cristo, Filho Unigênito de Deus, gerado do Pai desde toda a eternidade, Deus de Deus, Luz da Luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado, não criado, consubstancial ao Pai; por Ele todas as coisas foram feitas. Por nós e para nossa salvação, desceu dos céus;
encarnou por obra do Espírito Santo no seio da Virgem Maria e fez-se verdadeiro homem.
Por nós foi crucificado sob Pôncio Pilatos; sofreu a morte e foi sepultado. Ressuscitou ao terceiro dia, conforme as Escrituras; subiu aos céus, e está sentado à direita do Pai. E de novo há de vir em glória, para julgar os vivos e os mortos; e o seu reino não terá fim.
E no Espírito Santo, Senhor, a fonte da vida que procede do Pai [e do Filho]; e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado. Ele quem falou pelos profetas.
E cremos na Igreja una, santa, católica e apostólica.
Professamos um só batismo para remissão dos pecados; e esperamos a ressurreição dos mortos, e a vida do mundo que há de vir.
Amém.
P: Qual é, ainda, a Profissão de Fé de Santo Atanásio, ou Atanasiana, usada para a instrução dos catecúmenos?
R: A Profissão de Fé Atanasiana, ou de Atanásio de Alexandria (296 d.C. – 373 d.C.), é um documento antigo do primeiro milênio da era cristã, divulgado por Santo Ambrósio de Milão (+397 d.C.), que proclama a natureza da Encarnação e de Deus como Trindade.
P: Indique a Profissão de Fé Atanasiana, ou de Atanásio.
R: A Profissão de Fé Atanasiana é esta:
Quem quiser se salvar deve antes de tudo professar a Fé católica.
Porque aquele que não a professar, integral e inviolavelmente, perecerá sem dúvida por toda a eternidade.
A Fé católica consiste em adorar um só Deus em três Pessoas e três Pessoas em um só Deus.
Sem confundir as Pessoas nem separar a substância.
Porque uma só é a Pessoa do Pai, outra a do Filho, outra a do Espírito Santo.
Mas uma só é a divindade do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo, igual em glória, coeterna.
Tal como é o Pai, tal é o Filho, tal é o Espírito Santo.
O Pai é incriado, o Filho é incriado, o Espírito Santo é incriado.
O Pai é imenso, o Filho é imenso, o Espírito Santo é imenso.
O Pai é eterno, o Filho é eterno, o Espírito Santo é eterno.
E, contudo, não são três eternos, mas um só eterno.
Assim como não são três incriados, nem três imensos, mas um só incriado e um só imenso.
Da mesma maneira, o Pai é onipotente, o Filho é onipotente, o Espírito Santo é onipotente.
E, contudo, não são três onipotentes, mas um só onipotente.
Assim o Pai é Deus, o Filho é Deus, o Espírito Santo é Deus.
E, contudo, não são três deuses, mas um só Deus.
Do mesmo modo, o Pai é Senhor, o Filho é Senhor, o Espírito Santo é Senhor.
E, contudo, não são três senhores, mas um só Senhor.
Porque, assim como a verdade cristã nos manda confessar que cada uma das Pessoas é Deus e Senhor, do mesmo modo a religião católica nos proíbe dizer que são três deuses ou senhores.
O Pai não foi feito, nem gerado, nem criado por ninguém.
O Filho procede do Pai, não foi feito, nem criado, mas gerado.
O Espírito Santo não foi feito, nem criado, nem gerado, mas procede do Pai [e do Filho].
Não há, pois, senão um só Pai, e não três Pais, um só Filho, e não três Filhos, um só Espírito Santo e não três Espíritos Santos.
E nesta Trindade não há nem mais antigo nem menos antigo, nem maior nem menor, mas as três Pessoas são coeternas e iguais entre si.
De sorte que, como se disse acima, em tudo se deve adorar a unidade na trindade e a Trindade na unidade.
Quem, pois, quiser se salvar, deve pensar assim a respeito da Trindade.
Mas, para alcançar a salvação, é necessário ainda crer firmemente na Encarnação de nosso Senhor Jesus Cristo.
A pureza da nossa Fé consiste, pois, em crer ainda e confessar nosso Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus, é Deus e Ser Humano.
É Deus, gerado na substância do Pai desde toda a eternidade, é Ser Humano porque nasceu, no Tempo, da substância da sua Mãe.
Deus perfeito e Ser Humano perfeito, com mente racional e carne humana.
Igual ao Pai segundo a divindade; menor que o pai segundo a humanidade.
E embora seja Deus e Ser Humano, contudo não são dois, mas um só Cristo.
É um, não porque a divindade se tenha convertido em humanidade, mas porque Deus assumiu a humanidade.
Um, finalmente, não por confusão de substâncias, mas pela unidade da Pessoa.
Porque, assim como a mente racional e o corpo formam um só Ser Humano, assim também a divindade e a humanidade formam um só Cristo.
Ele sofreu a morte por nossa salvação, desceu aos infernos e ao terceiro dia ressuscitou dos mortos.
Subiu aos Céus e está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso, donde há de vir a julgar os vivos e os mortos.
E, quando vier, todos os seres humanos ressuscitarão com os seus corpos, para prestar conta dos seus atos.
E os que tiverem praticado o bem irão para a vida eterna, e os maus para o fogo eterno.
Esta é a Fé católica, e quem não a professar fiel e firmemente não se poderá salvar.
P: O que é Trindade?
R: A Trindade é um só Deus em três Pessoas distintas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo (Mt 28,19).
DE DEUS, O ESPÍRITO SANTO
P: Quem é o Espírito Santo?
R: O Espírito Santo é a terceira Pessoa da Trindade, Deus operando continuamente no mundo e na Igreja (Jo 16,7-8).
P: De que forma o Espírito Santo é revelado na Antiga Aliança?
R: O Espírito Santo é revelado na Antiga Aliança como doador da vida, aquele que falou pelos Profetas (Gn 1,2; Ez 37,10; Is 61,1).
P: De que forma o Espírito Santo é revelado na Nova Aliança?
R: O Espírito Santo é revelado como o Senhor que nos guia à toda a Verdade e nos possibilita crescer na semelhança de Cristo (Jo 16,13; 2Cor 3,17; Ef 2,18; Ef 4,3-6).
P: Como reconhecemos a presença do Espírito Santo em nossas vidas?
R: Reconhecemos a presença do Espírito Santo quando confessamos Jesus Cristo como Senhor e somos conduzidos ao amor e à harmonia com Deus, conosco mesmo, com o nosso próximo e com toda a Criação (1Cor 12,3-11; Gl 5,16-26; Rm 8,26).
P: Como reconhecemos as Verdades ensinadas pelo Espírito Santo através dos Concílios Ecumênicos e dos Pais da Igreja?
R: Reconhecemos as Verdades ensinadas pelo Espírito Santo quando estão de acordo, ou em conformidade, com as Sagradas Escrituras (Jo 14,26; Lc 24,17-35 – principalmente os versículos 27 e 32).
DAS SAGRADAS ESCRITURAS
P: O que são as Sagradas Escrituras?
R: As Sagradas Escrituras, também conhecidas como Bíblia, são os livros canônicos do Antigo e do Novo Testamentos. Outros livros denominados de Deuterocanônicos estão incluídos no Antigo Testamento e trechos de alguns outros, da Apócrifa, são incluídos às vezes no texto canônico (2Pe 1,21; Hb 1,2-3; Lc 24,44-45; Jo 2,22; Jo 20,9; Jd 1,9; Jd 1,12).
P: O que é o Antigo Testamento?
R: O Antigo Testamento é composto de livros escritos originariamente em hebraico por Pessoas do povo da Antiga Aliança, sob a inspiração do Espírito Santo, para mostrar Deus agindo na Natureza e na História.
P: O que é a Coleção Deuterocanônica?
R: É um conjunto de livros ou de inserções contidas nos livros canônicos do Antigo Testamento, originariamente escritos em grego por Pessoas do povo da Antiga Aliança, que não residiam mais na Terra Prometida, os quais integram o Antigo Testamento cristão e são utilizados pela Igreja, como ensina Jerônimo (345 d.C. – 420 d.C.), para exemplo de vida e instrução de costumes, mas não os aplica para estabelecer doutrina alguma (Vide Artigo VI dos 39 Artigos de Religião).
P: O que é o Novo Testamento?
R: O Novo Testamento é composto de livros e cartas escritos por Pessoas do povo da Nova Aliança, sob inspiração do Espírito Santo, para anunciar a vida e os ensinamentos de Jesus e para proclamar as Boas Novas do Reino a todos os Seres Humanos.
P: O que é a Apócrifa e os Pseudoepígrafos?
R: São os livros que não foram considerados canônicos pelo povo da Antiga Aliança e nem canônicos ou Deuterocanônicos pelo povo da Nova Aliança, mas que tiveram trechos inseridos em alguma parte das Sagradas Escrituras, ficando, pois, canonizadas tais inserções (Jd 1,9; Jd 1,12).
P: Por que chamamos as Escrituras Sagradas a palavra de Deus?
R: Nós as chamamos palavra de Deus porque Deus inspirou os seus diversos autores humanos e porque Deus nos fala atualmente através delas.
P: Como devemos compreender a mensagem da Bíblia?
R: Devemos compreender a mensagem da Bíblia pelo auxílio do Espírito Santo, que guia a Igreja na reta e verdadeira interpretação dos textos das Escrituras Sagradas (2Pe 1,20).
DA IGREJA
P: O que é a Igreja?
R: A Igreja é a comunidade da Nova Aliança, o Corpo místico de Cristo.
P: Como é descrita a Igreja pela Bíblia?
R: A Igreja é descrita como o Corpo do qual Jesus é o Cabeça e do qual todas as Pessoas batizadas são membros. É chamada, também, de o povo de Deus, o Novo Israel, uma nação santa, um sacerdócio real e o sustentáculo e fundamento da Verdade (1Cor 12,12-27; Ef 5,25-27; Gl 4,26; 1Tm 3,15; Dt 7,6; Dt 14,2).
P: Como é descrita a Igreja pelas Profissões de Fé, ou Credos?
R: A Igreja é descrita como Una, Santa, Católica e Apostólica.
P: Por que dizemos que a Igreja é Una?
R: A Igreja é Una porque é um só Corpo sob uma só Cabeça, nosso Senhor Jesus Cristo (Ef 4,15; Ef 5,23).
P: Por que dizemos que a Igreja é Santa?
R: A Igreja é Santa porque o Espírito Santo habita nela, santifica os seus membros e nos leva a fazer as obras de Deus (1Cor 1,2; 1Cor 3,16).
P: Por que dizemos que a Igreja é Católica?
R: A Igreja é Católica porque proclama a plenitude da Fé a todos os Seres Humanos até o fim dos Tempos (Jd 5,3).
P: Por que dizemos que a Igreja é Apostólica?
R: A Igreja é Apostólica porque continua no ensino e na comunhão dos Apóstolos e é enviada ao mundo inteiro para cumprir a missão de Cristo a todas as Pessoas (At 2,42; Jo 20,21-23; Ef 2,20).
P: Qual é a missão da Igreja?
R: A missão da Igreja é restaurar todas as Pessoas para a união com Deus e uns com os outros em Cristo (2Cor 5,18-19).
P: De que forma a Igreja cumpre a sua missão?
R: A Igreja cumpre a sua missão pela Oração e pelo Culto Divino, pela proclamação do Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo e pela promoção da Justiça, da Paz e do Amor fraternal (philia) e divino (ágape).
P: Quais são os agentes da Igreja no cumprimento de sua missão?
R: A Igreja cumpre a sua missão pelo ministério de todos os seus membros, que participam do sacerdócio comum de todos os fiéis, da realeza de Cristo e são profetas conforme a força do Espírito Santo, e que, dentre os seus membros, alguns são separados para exercer o sacerdócio ministerial ou o ofício de serviço, ordenados, em favor de todo o Povo de Deus.
DO MINISTÉRIO DOS CRENTES
P: Quem são os Ministros da Igreja?
R: Os ministros da Igreja são todos os seus membros, sendo alguns deles ordenados para o sacerdócio ministerial (bispos e presbíteros) ou para o ofício de serviço, diaconia (diáconos e diáconas), em favor dos demais, e estes são chamados de leigos/as (Jo 20,21; Ap 1,6; 1Pe 2,5-9; At 6,2-6; At 6,14-23; 2Tm 1,6; Tt 1,5).
P: Qual é o ministério do Bispo?
R: O ministério do Bispo é representar Cristo e sua Igreja, especialmente como apóstolo, sumo sacerdote e Pastor de uma porção da Igreja universal, denominada de Diocese ou Igreja particular; conservar a Fé, a Unidade e a disciplina da Igreja toda; proclamar a Palavra de Deus; agir em Nome de Cristo para reconciliar o mundo com Deus e edificar a Igreja; e ordenar outros para continuar o ministério de Cristo.
P: Qual é o ministério do Presbítero?
R: O ministério do Presbítero é representar Cristo e o seu povo, especialmente como Pastor de uma porção local do Povo de Deus; compartilhar com o Bispo a supervisão da Igreja particular ou Diocese; proclamar o Evangelho; administrar os Sacramentos e os Ritos Sacramentais e abençoar e declarar a absolvição em nome de Deus.
P: Qual é o ministério do Diácono ou da Diácona?
R: O ministério diaconal é representar Cristo e a sua Igreja, especialmente como servo/a das Pessoas necessitadas, e auxiliar o Bispo e os presbíteros na proclamação do Evangelho e na administração dos Sacramentos e dos Ritos Sacramentais aos quais possuam o múnus para realizar.
P: Qual é o ministério dos leigos?
R: O ministério dos leigos é representar Cristo e sua Igreja; dar testemunho de Cristo em todas as circunstâncias e, segundo os dons recebidos, fazer a obra de reconciliação do mundo com Cristo e 39 tomar lugar na sociedade, no culto divino (adoração) e no governo da Igreja (1Pe 3,15; 1Pe 4,10-11).
DA ORAÇÃO E DA ADORAÇÃO (DO CULTO DIVINO)
P: O que é oração?
R: Oração é respondera Deus por pensamentos e ações, com ou sem palavras (Sl 40,1; Lm 3,45; Sl 123,1; Jo 16,23-24; Rm 8,26-27).
P: O que é oração cristã?
R: A oração cristã é responder a Deus, o Pai, mediante Jesus Cristo, no poder do Espírito Santo.
P: Qual é a oração que Jesus nos ensinou?
R: Jesus nos ensinou a oração do Pai Nosso, que a Igreja cristã nos ensina como sendo a Oração Dominical, em virtude de esta ser proclamada pelos crentes nos Ofícios e nas celebrações da Santa Eucaristia aos Domingos.
P: Como é a Oração do Pai Nosso, ou Oração Dominical?
R: A Oração do Pai Nosso ensinada por Jesus é:
PAI nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu Nome, venha o teu Reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu. O pão nosso de cada dia nos dá hoje. E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós também perdoamos aos nossos devedores. E não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do Mal; Pois teu é o Reino, e o poder, e a glória para sempre. Amém.
P: Qual é o motivo da saudação do Anjo Gabriel à Virgem Maria, mãe de Jesus, nosso Senhor e nosso Deus?
R: O motivo da saudação à Virgem Maria é para anunciar a encarnação do Verbo divino em seu seio, e com isso a vinda do Messias e o cumprimento da Redenção da Humanidade.
P: Qual é a saudação do Anjo Gabriel à Virgem Maria, mãe de Jesus, nosso Senhor e nosso Deus?
R: A saudação é “Alegra-te, mui agraciada! O SENHOR está contigo!” e, em continuação, “Maria, não temas; pois recebeste grande graça da parte de Deus” (Lc 1,28-30).
P: O que é adoração?
R: Adoração é elevar o coração e a mente a Deus, sem nada pedir, senão o gozo da presença divina (Sl 25,1; Sl 42,1-2; Sl 63,1-4).
P: Por que louvamos a Deus?
R: Louvamos a Deus não para obter alguma coisa, mas porque o Ser divino evoca o nosso louvor.
P: Por que oferecemos ação de graças?
R: Oferecemos ação de graças a Deus por todas as bênçãos desta vida, por nossa redenção e por tudo o que nos aproxima de Deus (Sl 92,1-5; Sl 147,6-7; 2Cor 4,15; Cl 3,17; Mt 26,26-29).
P: o que é penitência?
R: Pela penitência confessamos os nossos pecados e fazemos restituição na medida do que for possível, na intenção de uma vida melhor (Sl 51; Sl 32,5).
P: O que é oração de oblação ou sacrifício (oferta)?
R: Oblação é o oferecimento de nós mesmos, as nossas vidas e trabalhos, os nossos sofrimentos, em união com Cristo, para os propósitos de Deus (Rm 12,1; 1Pe 4,13).
P: O que é intercessão e petição?
R: A intercessão coloca perante Deus as necessidades dos outros; a petição as nossas próprias, a fim de que seja feita a Vontade de Deus (1Tm 2,1-6; Fl 4,6; Rm 8,34; Hb 7,25).
P: O que é adoração comunitária, ou adoração no Culto Divino?
R: Pela adoração comunitária, ou adoração no Culto Divino, nós nos juntamos a outros para confessar a santidade de Deus, ouvir a Sua Palavra, oferecer orações e celebrar os Sacramentos (Mt 18,19-20).
P: Por que guardamos o Domingo como o dia principal do culto cristão?
R: Porque foi no primeiro dia da semana, no calendário judaico, que Jesus Cristo ressuscitou de entre os mortos, após descansar no sepulcro no dia de sábado, cumprindo, assim a Lei antiga. O culto cristão revive o poder da Vida sobre a morte, representada pela ressurreição do Senhor Jesus Cristo no primeiro dia da semana (Mc 16,2; Lc 24,1; Lc 24,13; Lc 24, 30-32).
DOS SACRAMENTOS [DO EVANGELHO]
P: O que são Sacramentos?
R: Os Sacramentos são sinais externos e visíveis de uma graça interna e espiritual, dados por Cristo como meios seguros pelos quais havemos de receber essa graça.
P: O que é graça?
R: A graça é o favor de Deus para conosco, não doada nem merecida; por ela Deus perdoa os nossos pecados, ilumina as nossas mentes, aviva os nossos sentimentos e fortalece a nossa vontade (Rm 5,15-18).
P: Quais são os Sacramentos do Evangelho?
R: São dois os Sacramentos dados por Cristo mesmo à sua Igreja, como geralmente necessários à Salvação, que são: o Santo Batismo (Mt 28,19; Mc 16,16; Jo 3,5) e a Santa Eucaristia (Mt 26,26; Mc 14,12; Lc 22,7-23; Jo 6, 32-35; Jo 6, 48-66).
DO SANTO BATISMO
P: O que é o Santo Batismo?
R: O Santo Batismo é o Sacramento pelo qual Deus nos adota como seus filhos e nos faz membros do Corpo de Cristo, a Igreja (Jo 3,5; Rm 4,3-4; Tt 3,5-6; At 22,16).
P: Qual é o sinal externo e visível do Santo Batismo?
R: O sinal externo e visível do Santo Batismo é a água (não salobra) com a qual uma Pessoa é batizada em Nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo.
P: Qual é a graça interna e espiritual do Santo Batismo?
R: A graça interna e espiritual do Santo Batismo é a união com Cristo na Sua morte e ressurreição, o nascimento na Igreja, a família de Deus, o perdão dos pecados e a nova Vida no Espírito Santo.
P: O que se requer de nós no Santo Batismo?
R: Requer-se de nós que renunciemos a Satanás, o arrependimento dos pecados e a aceitação de Jesus como Senhor e Salvador (At 2,38).
P: Por que, então, são batizadas as crianças, quando por razão de sua tenra idade não podem cumprir aquilo que se exige deles?
R: As crianças são batizadas para que possam fazer parte da Aliança, tornar-se membros de Cristo e obter a Redenção (Mc 10,13-16; At 2,39). As promessas batismais são feitas pelos pais e padrinhos, na intenção do que a Igreja faz, e elas mesmas, quando chegarem na idade da razão, ratificam as promessas feitas (Js 24,15b; At 16,31-33; Cl 2,11-12).
DA SANTA EUCARISTIA
P: O que é a Santa Eucaristia?
R: A Santa Eucaristia é o Sacramento instituído por Cristo como memória perpétua de sua vida, morte e ressurreição até a Sua segunda vinda (1Cor 11,23-26).
P: Por que dizemos que a Santa Eucaristia é um sacrifício?
R: A Santa Eucaristia, o sacrifício de louvor e ação de graças da Igreja, é o meio pelo qual o sacrifício de Cristo se torna presente e o próprio Cristo nos une à oferta de Si mesmo (compare 1Cor 10,16 com 1Cor 10,20-21).
P: Que outros nomes são usados para este Sacramento?
R: A Santa Eucaristia é também conhecida como a Santa Ceia do Senhor, a Santa Comunhão, a Santa Missa e a Grande Oferta ou oferenda (Anáfora).
P: Qual é o sinal externo e visível da Santa Eucaristia?
R: O sinal externo e visível da Santa Eucaristia é o pão e o vinho, dados e recebidos conforme a ordem de Cristo.
P: Qual é a graça interna e espiritual dada na Santa Eucaristia?
R: A graça interna e espiritual da Santa Eucaristia é o Corpo e o Sangue de Cristo, dados a seu povo e recebidos pela Fé (1Cor 10,16; 1Cor 11,29).
P: Quais são os benefícios que recebemos da Santa Eucaristia?
R: Os benefícios que recebemos são o perdão dos nossos pecados, o fortalecimento da nossa união com Cristo e uns com os outros, e o antegozo do banquete celestial que é o alimento da Vida eterna (Jo 6,54). Enfim, nossos espíritos são fortalecidos e alimentados pelo Corpo e Sangue de Cristo, como o são nossos corpos pelo Pão e Vinho.
P: O que se requer de nós ao nos aproximarmos da Santa Eucaristia?
R: Requer-se que examinemos as nossas vidas, nos arrependamos verdadeiramente dos nossos pecados, com o propósito firme de entrarmos numa vida nova; e ter uma Fé viva na misericórdia divina, por meio de Cristo, agradecidos pela Sua morte redentora e estejamos em amor fraternal (caridade) com todas as Pessoas (1Cor 11,28-29).
DOS OUTROS RITOS SACRAMENTAIS [OU ATOS PASTORAIS]
P: Que outros ritos sacramentais evoluíram na Igreja sob a direção do Espírito Santo?
R: Os outros ritos sacramentais que evoluíram na Igreja incluem: a Confirmação, a Ordem ministerial, o Matrimônio, a Confissão ou Penitência e a Unção dos Enfermos.
P: Como diferem estes ritos sacramentais dos dois Sacramentos do Evangelho?
R: Embora sejam meios de graça, não são necessários à salvação da mesma maneira como o são o Santo Batismo e a Santa Eucaristia.
P: O que é a Confirmação?
R: A Confirmação é o rito pelo qual declaramos o compromisso de adulto com Cristo e recebemos poder do Espírito Santo pela oração e pela imposição das mãos de um Bispo ou, excepcionalmente, de um presbítero, completando-se, assim, a iniciação cristã iniciada no Santo Batismo (At 1,8; At 8,14-17; At 19,5-6; Hb 6,1-2).
P: O que se requer dos confirmandos?
R: Requer-se dos confirmandos que sejam batizados, instruídos suficientemente na Fé cristã, arrependidos dos seus pecados e preparados para firmar a confissão de Jesus Cristo como Salvador e Senhor.
P: O que é a Ordem ministerial?
R: A Ordem ministerial é o rito sacramental pelo qual Deus confere autoridade e a graça do Espírito Santo aos membros da Igreja que são separados para o sacerdócio ministerial ou para o serviço ao Povo de Deus, que são feitos Bispos, presbíteros e diáconos/as pela oração e pela imposição de mãos de Bispo (At 6,2-6; At 6,14-23; 1Tm 4,14; 2Tm 1,6; Tt 1,5).
P: O que é o Matrimônio?
R: O Matrimônio é o casamento cristão, entre um homem e uma mulher, pelo qual iniciam uma união permanente, fazem os seus votos perante Deus e a igreja e recebem a graça e a bênção de Deus para ajuda-los a cumprir os seus votos, estando abertos ao prazer conjugal e à vinda de filhos, se for da Vontade de Deus (Mt 19,4-6; Ef 5.31-32; Mc 10,7-9; Gn 1,28; Gn 2,23-24).
P: O que é a Confissão ou Penitência?
R: A Confissão ou Penitência é o rito sacramental pelo qual os que estão arrependidos dos seus pecados podem confessá-los a Deus na presença de um sacerdote ministerial (Bispo ou presbítero) e receber a garantia do perdão e a graça da absolvição (Jo 20,21-23).
P: O que é a Unção dos Enfermos?
R: A Unção dos Enfermos é o rito sacramental de ungir os doentes com o óleo dos enfermos consagrado pelo Bispo com a imposição de mãos dos sacerdotes da Igreja (bispo ou presbíteros), pelos quais a graça de Deus é dada para a cura do espírito, da mente e do corpo, recebendo igualmente e simultaneamente a garantia do perdão dos pecados e a graça da absolvição (Tg 5,13-15; Lc 10,9; Mc 6,13).
P: A ação de Deus se limita a estes ritos na Igreja?
R: Deus não é limitado pelos ritos; eles são exemplos concretos das inúmeras formas pelas quais Deus usa de todas as coisas materiais para alcançar os Seres Humanos.
P: De que forma os Sacramentos e os ritos sacramentais são relacionados com a nossa esperança cristã?
R: Os Sacramentos e os ritos sacramentais sustentam a nossa esperança no presente e antecipam o seu cumprimento na Vida futura.
DA ESPERANÇA CRISTÃ
P: O que é a esperança cristã?
R: A esperança cristã é viver confiante na novidade e na plenitude de vida, aguardando a Vida de Cristo em glória e o cumprimento do propósito de Deus para o mundo (Fl 3,20-21; Ts 4,16-18; Rm 6,23). 43
P: Por que dizer a vinda de Cristo em glória?
R: A vinda de Cristo em glória significa que Cristo virá não em fraqueza e sim em Poder, para fazer novas todas as coisas (Ap 1,7; Ap 21,1-8).
P: O que dizer do Céu e do Inferno?
R: Pelo Céu, entendemos ser os lugares, as “muitas moradas” nas palavras de Jesus (Jo 14,2), onde há Vida no gozo da presença de Deus; pelo Inferno entendemos ser os lugares da “morte” permanente, fora da presença de Deus, pela rejeição havida a Ele e por Ele.
P: Por que oramos pela memória dos santos que deixaram este mundo pela morte?
R: Oramos pela memória deles porque continuamos a amá-los e porque cremos que, estando na presença de Deus, aqueles que por Ele foram eleitos à Vida desde o princípio dos Tempos e O serviram, hão de crescer no Seu amor até que O vejam sempre mais como de fato Ele é (Fl 1,6).
P: O que dizer do Juízo Final?
R: Cremos que Cristo virá em glória para julgar os vivos e os mortos (2Cor 5,10; Jo 5,25-29).
P: O que dizer da ressurreição do corpo?
R: Significa que Deus ressuscitará todos aqueles que viveram e morreram neste mundo num corpo transfigurado, espiritual, na plenitude do nosso ser, a fim de vivermos em Cristo, se justos formos assim julgados, na comunhão dos santos (Ef 3,21) ou, se julgados como malditos, para viver na “morte” permanente, na ausência da presença de Deus (Mt 25,41; 2Ts 1,9).
P: O que é a Comunhão dos Santos?
R: A Comunhão dos Santos é toda a família de Deus, os ainda vivos neste mundo (a Igreja militante) e todos aqueles que já morreram e estão em espírito diante de Cristo (a Igreja triunfante), que formam o Corpo de Cristo; todos na esperança da Vinda gloriosa do Senhor Jesus Cristo para o termo das coisas deste mundo que jaz no Maligno e para o Juízo Final.
P: O que quer dizer a Vida eterna?
R: Significa uma nova existência, ressurretos em corpos celestiais, espirituais, na qual ficamos unidos permanentemente, após o Juízo Final, com todo o Povo de Deus, na alegria do pleno conhecimento do Amor divino (ágape) e de uns com os outros.
P: Qual é, então, a nossa certeza como cristãos?
R: A nossa certeza como cristãos é que nada, nem a própria morte, nos poderá separar do Amor de Deus (ágape) que está em Cristo Jesus, nosso Senhor, pelos séculos sem fim (Rm 8,38-39; Jo 6,47; Jo 10,27-28).
AMÉM.
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